"Captura Semântica e Contrafactuais"
Resumo:
Este trabalho procura avaliar as diversas teorias de condicionais que
tentam capturar semanticamente a implicatividade instanciada em
argumentos contrafactuais, i.e., argumentos na forma subjuntiva "Se
fosse o caso que A, então seria o caso que B". Por serem condicionais
com argumentos contrários aos fatos, e portanto, inalteravelmente
falsos, autores como R. Chisholm e N. Goodman alertaram para o problema
de que a análise por implicação material seria inócua, pois pelo fato do
antecedente ser inalteravelmente falso, a análise material sempre
redundaria na verdade trivial do condicional, sendo impossível
distinguir argumentos genuínos (plausíveis) de argumentos patentemente
absurdos. Evidente, pois só há uma forma da implicação material ser
falsa, quando partimos de uma informação verdadeira e concluímos uma
informação falsa.
Contudo, e este é o fato que desperta maior interesse, a razão é
frequentemente capaz de contrastar tais argumentos, e o faz através de
algum processo que nunca foi satisfatoriamente capturado por qualquer
teoria lógico-semântica. É a esta "captura do processo" que relacionamos
uma "captura semântica" por alguma teoria formal que consiga explicar,
com algum sucesso, uma faculdade tão fundamental e presente em todo
ser-humano. Dessa forma, exporemos a maneira como as teorias mais
elaboradas capturam semanticamente a implicação contrafactual, e quais
são os resultados inesperados que essas análises acabam produzindo.
Procuramos identificar os pontos problemáticos das teorias e discutir o
que pode estar causando tais limitações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário